quarta-feira, 13 de abril de 2011

     O ar estava deliciosamente fresco e fragrante, e as gostas de orvalho brilhavam ainda sobre as
grandes liláceas que cobriam de sua sombra a água clara dos riachos.
    A paisagem atinge o máximo de brilho em seu colorido; e todas as formas e sombras ultrapassam de tal modo tudo quanto um europeu possa jamais ter visto em sua terra natal, que não sabe como há de expressar as emoções em seu espírito. O efeito geral sempre me trazia à mente o cenário das óperas nos grandes teatros. O concerto mais paradoxal de som e silêncio reina à sombra dos bosques.
    Para o amante da história natural, um dia como este traz consigo uma sensação de que jamais se poderá, outra vez, experimentar tão grande prazer.
    O dia passou-se deliciosamente. Mas delícia é termo insuficiente para exprimir as emoções sentidas por um naturalista que, pela primeira vez, se viu a sós com a natureza, no seio de uma floresta. (Charles Darwin)

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